O jornalista Allan dos Santos publicou nesta segunda-feira (10) uma carta aberta ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pedindo que o republicano ouça apenas o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em assuntos relacionados ao Brasil.
O texto, divulgado em versões em português e inglês no perfil oficial de Allan no X (antigo Twitter), pede que Trump não dê crédito a outros interlocutores brasileiros e que confie apenas em Eduardo para compreender o que o jornalista chama de “ditadura judicial que domina o Brasil”.
“Somente Eduardo conhece a dor real de seu pai, o sofrimento psicológico e moral que ele vive como preso político, condenado sem crime, sem foro competente e sem o devido processo legal”, escreveu Allan.
Na carta, Allan também faz críticas a políticos que se apresentam como apoiadores de Jair Bolsonaro, mas que, segundo ele, “vivem de explorar o espólio do movimento conservador”.
“São pseudoapoiadores que se mantêm próximos ao poder negando a importância de Bolsonaro e alimentando calúnias”, afirmou.
Comparações entre Brasil e Estados Unidos
Allan dos Santos comparou as alegadas fraudes nas eleições americanas de 2020 com o processo eleitoral brasileiro de 2022, afirmando que Jair Bolsonaro seria vítima de perseguição política e judicial.
“O ex-presidente vive no Brasil uma perseguição semelhante à de Trump — talvez ainda mais brutal”, escreveu o jornalista, que é considerado foragido da Justiça brasileira e vive atualmente nos Estados Unidos.
Ele também pediu que os Estados Unidos “olhem para o Brasil com senso de justiça” e ajudem a “restaurar o Estado de Direito e libertar Jair Messias Bolsonaro”.
Contexto político
A publicação ocorre no momento em que Eduardo Bolsonaro é alvo de uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF), acusado de articular sanções contra autoridades brasileiras por meio de contatos internacionais nos EUA. A denúncia aponta que o deputado teria buscado pressionar o Judiciário brasileiro a tomar decisões favoráveis a ele e ao pai.
A carta de Allan foi divulgada poucos dias após o vazamento de um memorando da BBC, revelando que a emissora editou trechos de um discurso de Donald Trump sobre o episódio do Capitólio, o que levou à demissão de dois diretores da emissora britânica.