O governo dos Estados Unidos está analisando a possibilidade de revogar a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e contra sua esposa, Viviane Barci de Moraes. O pedido de retirada das sanções já chegou à Casa Branca e encontra-se em fase de avaliação, segundo fontes do próprio governo norte-americano.
A eventual reversão das medidas, porém, estaria condicionada a um acordo político mais amplo envolvendo diretamente os presidentes Lula e Donald Trump. As negociações, segundo informações de bastidores, abrangem concessões estratégicas do governo brasileiro, como acesso a terras raras, colaboração no combate ao crime organizado e revisão de posições adotadas pelo Brasil sobre regulação de big techs e liberdade nas redes sociais.
Outro ponto sensível no diálogo é a cooperação tecnológica entre Brasil e China, especialmente no setor de satélites. Caso essa parceria seja reduzida ou encerrada, empresas norte-americanas, como a Starlink — de Elon Musk — poderiam ser beneficiadas.
As tratativas têm sido intermediadas pelos irmãos Joesley e Wesley Batista, do grupo JBS, que teriam realizado diversas viagens aos Estados Unidos nos últimos meses. Em uma dessas agendas, teriam se reunido com Donald Trump e, posteriormente, facilitado uma interação mais recente entre Trump e Lula, ocorrida na Malásia.
A participação da JBS nesse processo não passou despercebida. A empresa é a maior produtora de carne bovina dos Estados Unidos, detendo mais de 25% do mercado e controlando mais de US$ 40 bilhões em ativos globais — grande parte em território americano. Além disso, a JBS foi uma das maiores financiadoras da cerimônia de posse de Trump em seu segundo mandato, com contribuições superiores a US$ 5 milhões.
A revisão das sanções impostas a Moraes ocorre em um momento de grande tensão política no Brasil e reacende o debate sobre possíveis interferências externas e articulações diplomáticas que podem influenciar diretamente o cenário institucional brasileiro.