Advogado denuncia falta de laudo da PF que poderia inocentar militar acusado de “golpismo”


 Advogado denuncia falta de laudo da PF que poderia inocentar militar acusado de “golpismo”

Defesa afirma que Polícia Federal reteve prova essencial que desmontaria narrativa da PGR sobre supostos encontros golpistas

Caso expõe contradições, omissões e possível manipulação de provas em processo conduzido pelo STF


Nesta quarta-feira (12), o advogado Jeffrey Chiquini, responsável pela defesa do tenente-coronel Rodrigo de Azevedo, denunciou no Supremo Tribunal Federal (STF) que não teve acesso ao laudo pericial do celular que poderia comprovar a inocência do militar acusado de participar de reuniões de suposto teor golpista.

Durante sustentação oral na 1ª Turma do STF, Chiquini afirmou que a defesa foi prejudicada pela ausência do documento produzido pela Polícia Federal, que teria condições de mostrar que o militar não estava presente nos locais mencionados pela Procuradoria-Geral da República (PGR).


PF reteve laudo e defesa teve que recorrer a provas de terceiros

Segundo o advogado, como o laudo do celular nunca foi disponibilizado, a defesa precisou recorrer aos aparelhos da esposa, da irmã e de terceiros para comprovar que Azevedo estava em outros lugares nas datas citadas.

O delegado da PF responsável pela investigação, Fábio Shor, estaria com os celulares desde o início do processo.
“Cadê o laudo do celular?”, questionou Chiquini.

A denúncia coloca em xeque a transparência da investigação e reforça suspeitas de que informações cruciais estariam sendo omitidas — propositalmente ou não.


PGR apontou reuniões, mas defesa prova que militar estava em eventos familiares

Chiquini afirmou que, ao contrário do que sugere a PGR, Azevedo não participou de qualquer articulação ilícita.
Segundo ele, o militar compareceu a festas familiares exatamente nas datas em que o órgão acusa a existência de encontros clandestinos:

  • 12 de novembro de 2022 — dia em que a PGR diz que houve uma reunião na casa do general Braga Netto

  • 28 de novembro de 2022 — outro suposto encontro, desta vez na casa de Márcio Nunes de Resende

A defesa sustenta que os dados da própria perícia poderiam comprovar isso — caso o laudo fosse liberado.


Flávio Dino interfere e envia recado após a fala de Chiquini

Após a sustentação, o presidente da 1ª Turma, Flávio Dino, fez uma advertência pública aos advogados, cobrando “respeito à tribuna do STF”.

Chiquini é pré-candidato ao Senado pelo Paraná, o que gerou ainda mais comentários sobre a postura de Dino e o ambiente politizado do julgamento.


Advogado aponta fraude e questiona integridade das provas da PGR

Chiquini também questionou o conjunto de provas apresentado pela PGR, afirmando que arquivos digitais do processo indicam possível alteração de conteúdo.

Ele citou a mudança do código hash — uma espécie de “impressão digital” dos documentos eletrônicos — e afirmou que isso caracteriza “adulteração, fraude”.

O advogado insistiu que o tribunal deve analisar com rigor a autenticidade das provas, alertando para a gravidade de manipulações em investigações de tamanha repercussão.

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